20/04/2008

Não deixe as crianças em casa


Vai viajar? Deixe as crianças em casa uma ova. Jota Pinto Fernandes, querido, eu concordo com você: crianças, especialmente as pequenas, foram feitas para a rotina. Acordam pontualmente antes do que deviam, têm fome no pior momento, não sentem vontade de ir ao banheiro quando há banheiro, não conseguem segurar o xixi no meio da estrada, não carregam as malas, não desfazem as malas, ficam irritadas no melhor do programa, exigem afeto, exigem atenção, exigem colo. Cansam. Sugam. Querem mais. Fazem doce, fazem bico, fazem cena. Choram! Têm febre. Perdem o casaco. E o pior: pedem pra voltar pra casa.


Eu bem que queria dar um rolê pela Europa, cair na balada de Barcelona com a Adriana, conhecer a nova casa da Rachel, em Valência, descobrir a melhor noite de NY com o Rafa, acompanhar a Cindy nas suas aventuras (ela sim... sai pelo mundo livre, leve e solta) ou minha comadre Fabiana na Transiberiana. Eu bem que queria, até, passar mais um daqueles finais de semana on the road. Mas... como sempre repito: ser mãe (ou pai) é ser feliz no inferno.


Lá vou eu pras férias no pior período: o das férias. Aeroportos daquele jeito (não sei o que me espera amanhã). Hotéis cheios. Estradas cheias. Preços mais altos. E por quê? Por que os infantes terríveis – que não comem mais nas mesas separadas, que impõem opiniões, que vivem e não deixam viver, que existem --, os infantes terríveis são a coisa mais deliciosa que há. I´m sorry, Jota. Dispenso beijos, dispenso noitadas, dispenso o silêncio e até a rede, mas não viajo sem minha delícia. Dezesseis quilos + vinte de bagagem. Eu agüento.


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